A polémica já há muito que não é nova. Apesar de avisos e alertas terem sido feitos por vários meios (Tv, imprensa e outros) desde que foi notado o aparecimento da praga de escaravelhos da palmeira em Portugal, nem toda a população percepcionou a gravidade da situação. O caso é de tal ordem gravoso que levou a União Europeia a declarar Luta Obrigatória Contra o Escaravelho da Palmeira, nomeando medidas específicas para evitar a sua introdução e dispersão na Comunidade (Decisão da Comissão 2007/365/CE).
O Rhynchophorus Ferrugineus (Olivier) ou Escaravelho da Palmeira, como é mais conhecido, tem vindo a dizimar há cerca de 7 anos para cá as palmeiras que adornam o nosso país, e, a Freguesia de Amor não foi excepção. A Junta de Freguesia alertou a polução para esta situação através da divulgação e distribuição de Editais relativos à Luta Obrigatória Contra o Escaravelho da Palmeira pelas várias vitrinas espalhadas na freguesia e na rede social Facebook.
Contudo, o escaravelho não se coibiu de assinalar mais uma vítima, provocando a morte à palmeira que há anos habitava o adro da Igreja Matriz de Amor. Foi por ordem da Comissão da Igreja, após o alerta dado pela Junta de Freguesia, que no dia 23 de Novembro do presente ano que foi abatida e posteriormente destruída – como manda a lei.
A árvore já se encontrava em estado terminal, segundo o Edital dispensado pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, a palmeira em questão enquadrava-se completamente na discrição “Plantas mortas ou em fase avançada de infestação e sem recuperação possível”. Dito isto, tomaram-se as previdências necessárias para a solução designada: “Arranque e destruição do material vegetal afectado, recomendando-se a realização de tratamento prévio com insecticidas homologados (…)”. Foi transportada para a Valorlis cumprindo os requisitos de segurança: “(…) coberto com uma lona” de modo a evitar “o risco de dispersão de insectos”, para o Aterro Sanitário de Leiria, onde foi então completamente destruída.
Segundo a ficha técnica divulgada pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, “O ciclo de vida do insecto é composto por 5 estados de desenvolvimento – ovo, larva, pupa e adulto e todo ele se passa no interior de uma mesma planta, tendo uma duração aproximada de 4 a 5 meses. Os adultos são alados o que lhes permite colonizar novas plantas, podendo percorrer longas distâncias (>10 Km). A detecção precoce da praga é bastante difícil, não só porque o escaravelho da palmeira passa todo o seu ciclo de vida no interior da planta, mas também devido ao grande porte das palmeiras o que dificulta a observação directa nos pontos preferenciais de instalação e desenvolvimento da praga.”
Se é proprietário, usufrutuário ou rendeiro de quaisquer parcelas de qualquer parcela de terreno com palmeiras, deve ter em atenção o estado das mesmas e proceder como requer a lei.
Plantas mortas ou em fase avançada de infestação e sem recuperação possível:
Arranque e destruição do material vegetal afectado, recomendando-se a realização de tratamento prévio com insecticida(s) homologado(s) de forma a evitar a dispersão do insecto para novas zonas, cumprindo o estabelecido nos pontos 10 e 13 do Plano de Acção para o controlo de Rhynchophorus ferrugineus (Olivier), DGAV, outubro de 2013.
Plantas aparentemente sãs, localizadas em zonas próximas de focos, ou em fase inicial de infestação:
Aplicação de medidas culturais, evitando a realização de cortes na planta que promovam a exposição dos tecidos vegetais vivos ao insecto nos períodos de maior intensidade de voo (Março a Novembro) e a realização de tratamentos fitossanitários com insecticida(s) homologado(s) ou através da aplicação de produtos biológicos.
A Junta de Freguesia de Amor tomou ainda precauções relativamente à palmeira que se encontra junto ao fontanário que ladeia a igreja, actuando como indica a legislação.