Segundo a tradição católica, São Jorge terá sido um militar romano cristão do Próximo Oriente martirizado por ordem do Imperador Diocleciano no ano 303.
Terá sido mais tarde que surgiu a lenda da matança do Dragão, muitos associando a imagem do monstro à imagem do Imperador que havia ordenado a sua morte. É também nessa narrativa que surge a sua ligação aos animais. Salvando a jovem, a “bezerra” que cujo destino era morrer em sacrifico, associava a sua pessoa à protecção dos animais domésticos, animais cujo trabalho e sobrevivência foram vitais para gerações de amorenses.
Desde a Rússia, passando pela Alemanha, até Portugal, várias terras tiveram ao longo de séculos a tradição de fazer acompanhar os festejos do seu dia, com bênçãos e procissões de animais.
Nos Barreiros, a capela de Nossa Senhora da Conceição é inaugurada em 1925, e segundo a tradição entre 1925/1930, o Santo é introduzido como 2º padroeiro, tendo começado nessa altura a celebração do seu dia no 4º domingo da Páscoa, o Domingo do Bom Pastor.
Durante décadas, as festas começavam com um arraial e uma procissão nocturna no Sábado, começando o domingo com os crentes, com o seu gado bovino e asinino, circundando a capela, pedindo ao padroeiro protecção para esse ano, tradição que se perdeu no final dos anos 80.
Enquanto os homens tratavam da preparação do arraial, as raparigas solteiras faziam andores que se juntavam à procissão matinal de domingo. Acompanhada por uma banda filarmónica, o patrono percorria em ombros a terra.
O povo juntava-se no terreiro, onde a corrida das panelas e outros jogos tradicionais animavam a tarde, coroando o dia e iluminando a noite com fogos-de-artifício poucos vistos por estas zonas.
Texto produzido com base em informações prestadas por Joaquim de Jesus Duarte.