Quando me perguntam “Então estás na universidade a estudar o quê?” e respondo “Matemática Aplicada”, a reação é sempre a mesma: “Ai credo! Como é que consegues?!”. Salve raras exceções, a maioria da população é incutida desde criança a “detestar” a Matemática, algo que a meu ver, parte muito da população mais velha. A Matemática é para grande parte dos estudantes do ensino obrigatório um grande “pesadelo”, que por vezes se torna algo mesmo exagerado e acaba portanto sempre associada ao insucesso escolar.
Uma explicação para tanto “ódio” é a forma como o ensino é lecionado na maioria das nossas escolas, muitos acabam por se sentir inferiorizados e até mesmo intimidados, por não conseguirem responder aos problemas em tempo útil. Porquê não adaptar um problema matemático a uma situação do dia-a-dia? A algo que as crianças e adolescentes lidem frequentemente? A uma situação que lhes suscite algum interesse e curiosidade? Se compreendermos toda a beleza que está por de trás da questão, tudo será mais fácil! Além disso, é importante que o orador, neste caso, os professores amem o que estão a fazer, para poderem transmitir isso aos alunos, assim também eles estarão mais motivados para aprender. A prejudicar a aprendizagem está também o exagero de matéria que é adicionado ao programa ano após ano, que faz com que os professores tenham de “apressar” todas as aulas para tentar cumprir todas as metas impedindo assim que os alunos interiorizem e compreendam tudo o que foi dado, para não falar, claro, das turmas que cada vez são maiores, impedindo um apoio por parte do docente adaptado às necessidades de cada aluno.
Talvez por ser uma apaixonada nata por esta área, não consigo compreender como é que a maioria dos alunos se questiona quando é que vão utilizar tudo o que aprendem nas aulas, e eu respondo: “ no teu dia-a-dia”. Sim, a matemática está por de trás de tudo o que nos rodeia, computadores, internet, smartphones, sites, redes sociais … Estaria aqui horas a nomear tudo o que implica a matemática e mesmo assim ainda me faltariam outras tantas realidades. Todos vamos precisar da matemática até ao fim das nossas vidas. Basta pensarmos que quando estamos a conduzir dizemos que vamos a 50 km/h, o que é que isso significa? Lá está…. Matemática!
Não se podemos esquecer que a matemática não é o problema, os problemas é que são matemática.