Sou mãe, enfermeira…e mais ainda… enfermeira parteira. E mais ainda: mãe adotiva!
Porquê enfermagem?
Em determinado momento da nossa vida questionamo-nos com o seguinte: “o que gostaria eu de fazer a nível profissional?”
Tinha então já percorrido onze anos de escutismo no 668-Pedrulha, Coimbra, e a frase que mais me marcava era: “deixa o mundo um pouco melhor do que o encontraste”. Logo percebi, que tinha de fazer algo em prol do bem estar dos outros. Essa era a paixão que me movia. Enfermagem estava então no meu horizonte!
Mais tarde e após a verdadeira perceção da maternidade…a especialização, e hoje…enfermeira parteira. A paixão completava-se. Estar junto de alguém e poder dar a nossa ajuda…é excelente, e esse “estar”: contribuir para mais um choro, uma vida, uma família…é extraordinário!
Contudo percebi, que maternidade não se resume à gravidez, nem tão pouco ao parto.
Ser mãe da Bárbara foi o concretizar de um dos sonhos de ser mulher, de ser esposa. Ser mãe do João, foi o completar desse mesmo sonho, até que um dia, me confrontaram acerca da questão de adotar uma criança, um irmão.
Orgulhosamente senti que tinha transmitido com eficácia a capacidade da partilha, o tal “deixar o mundo um pouco melhor”, mas também percebi que tinha medo do risco, receio de não conseguir amar quem não senti dentro de mim e não ouvi o bater ainda “in útero”.
E arrisquei, pois quem não arrisca, jamais vencerá.
E o Luís nasceu nas nossas vidas.
Ser mãe do Luís é acima de tudo, perceber que a nossa capacidade de amar é imensurável. Que não se resume a sentir o “pontapé” na barriga; que não se traduz no ouvir do coração a bater; que não se revela na dor do parto.
Sair de casa para fazer o que verdadeiramente amo; regressar, e ter vários braços a envolverem-me com amor…que mais podemos querer? Sou eu, Elisabete Palma, residente na freguesia…também de Amor!
Texto por Elisabete Palma, enfermeira-parteira