Um dos argumentos apresentados para Portugal deixar o Euro é a possibilidade de o Banco Central (neste caso, o Banco de Portugal) poder imprimir dinheiro e usa-lo para pagar a dívida pública. No entanto, tal pode não ter os efeitos esperados.
Uma parte da dívida portuguesa está em euros e as restantes partes noutras moedas. Assim, Portugal ao regressar ao escudo, uma moeda significativamente menos valiosa que o euro, teria que pagar a mesma dívida com uma moeda que oferece uma conversão menor em euros (um escudo compra menos que um euro).
Adicionalmente, a possibilidade de imprimir dinheiro contribui para agravar o problema. O aumento da base monetária implica a desvalorização do escudo – o aumento da oferta de moeda para a mesma procura, leva o preço a cair, logo a mesma unidade em escudos compra ainda menos moeda em euros. Isto implica que embora exista mais dinheiro, este valerá menos que inicialmente. O resultado desta operação irá, assim, agravar a capacidade de Portugal pagar a dívida pública.
Texto por Marina Feliciano, estudante de economia