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AUTÁRQUICAS 2021 | Quem é primo de quem

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Em 2018 estalou a polémica quando várias noticias na comunicação social falavam sobre as ligações familiares que existiam no governo e em certos institutos públicos.
Depois de vários pareceres, em 2019 a lei que regia estas incompatibilidades foi ajustada, de modo a evitar a repetição dos casos, impossibilitando familiares até ao 2º grau de exercerem cargos de co-dependência ou de fazerem contratos públicos com o Estado.
Esta lei é aplicada a “titulares de cargos políticos”, nos quais se incluem, entre outros, o presidente e vereador a tempo inteiro das câmaras municipais. Ora, as Juntas de Freguesia não estão abrangidas. Mas e se tivessem?

Existem freguesias com tão pouca população – ou mobilidade territorial – que seria difícil preencher as listas com pessoas que não fossem de algum modo parentes entre si. Mais, seria praticamente impossível a um executivo realizar um contrato com uma empresa local, quando é alta probabilidade de a mesma pertencer a algum “primo”.
Por mera curiosidade, fomos verificar o grau de parentesco entre os primeiros três candidatos de cada lista, mostrando ao mesmo tempo quantas vezes são parentes entre si (coluna #) e qual o grau mais próximo de consanguinidade que têm (coluna 1º).

(carregue na imagem para aumentar)

Particularidades

Começamos pelo óbvio. Como nenhum dos membros da coligação Leiria Pode Mais (CDS-PP.MPT) é natural ou morador na freguesia de Amor, não lhes conhecemos qualquer relação de parentesco com os restantes candidatos. Não significa que não possam existir, mas é-nos impossível verificar de momento, pelo que não os poderemos considerar neste artigo.

O candidato principal do Partido Socialista, Adriano Neto, e a n.º3 do Partido Social-Democrata, Anaísa Alexandre, não deverá existir qualquer parentesco entre si. O mesmo acontece entre a n.º 2 da CDU, Catarina Pereira, e Sílvia Neto (PS) e Rafael Santos (PSD). Mas estas situações são únicas entre os nove elementos estudados.
Não existindo nenhuma ilegalidade nas listas apresentadas, não deixam de ser curiosas as relações familiares que existem entre vários membros.
Na lista do Partido Socialista, salta à vista a quantidade de “Netos” que ali existem. No entanto, tirando o parentesco pai/filho que liga o n.º1 Adriano Neto ao n.º14 Gonçalo Neto, os restantes são primos bastante afastados. Encontramos ainda a ligação tio/sobrinha entre o n.º4 José Morganiço e a n.º15 Magda Morganiço.
Na lista da Coligação Democrática Unitária, encontramos novo parentesco pai/filha, associando o n.º1 Daniel Pereira e a n.º9 Mariana Pereira.
Na lista do Partido Social-Democrata, a relação de proximidade mais visível são os irmãos “Santos”, Rafael Santos no n.º2 e Domingos Santos no n.º11 — algo inédito, pois ambos costumavam concorrer por partidos distintos.
Encontramos ainda casos singulares de familiares que concorrem e apoiam candidaturas opostas. É assim que encontramos os irmãos António Cruz (n.º7 do PS) e Sofia Cruz (n.º15 do PSD), o sogro Luís Caminho (n.º17 do PSD) e o genro Frederico Santos (n.º10 do PS), ou os cunhados Sílvia Neto (n.º3 do PS) e Acácio Guedes (n.º5 do PSD).

E ainda existe quem que se queixe dos seus almoços de família…


Este estudo foi realizado com base numa árvore genealógica de toda a freguesia que tem vindo a ser desenvolvida no âmbito do “Arquivo de Memória de Amor”.


Tudo sobre as Autárquicas 2021 em: autarquicas2021.amormais.pt

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