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AUTÁRQUICAS 2021 | Campanhas no on-line

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Serão as redes sociais eficazes na propagação das campanhas autárquicas?

As redes sociais, como o Facebook e o Instagram, existem como um alicerce de propagação da mensagem política. Em situação pandémica, a sua importância não só prevalece, como é crucial, sendo não apenas um instrumento de consulta, mas também um meio de informação sobre tudo aquilo que um partido pretende propor aquando de uma eleição.
Os primeiros meses de campanha na freguesia de Amor foram maioritariamente direcionados no “online”. Atendendo às dificuldades impostas pelas restrições vividas no início do verão, os partidos políticos candidatos à junta de freguesia viram nas redes sociais o palco para a difusão dos seus ideais, bem como uma rede fulcral com o intuito de chegar até mais habitantes.
O Jornal Amor Mais esteve à conversa com três dos quatro partidos candidatos às eleições autárquicas que se avizinham — já no dia 26 de setembro —, sobre a eficácia das redes sociais à concorrência da junta de Amor. Foram-nos concedidas as respostas das listas do PS, PSD e CDU, com abstinência do Leiria Pode Mais (coligação entre CDS-PP e MPT). No entanto, embora a CDU afirme, no decorrer da entrevista, que possui redes sociais para dar a conhecer os seus princípios políticos, esses meios existem apenas a nível concelhio e num grupo privado no Facebook. A campanha “online” não foi trabalhada com o público da freguesia, uma vez que as redes sociais da CDU por Amor são inexistentes. Contudo, a entrevista foi considerada.

Quando questionados sobre a mudança maioritária das campanhas presenciais para as campanhas no online, o PSD afirma: “O distanciamento a que a pandemia obrigou é um impedimento à realização de alguns tipos de ações, nomeadamente as que exigem um ajuntamento desgovernado de pessoas”. Para estes, a situação ocorrente não veio a impedir a presença do partido em vários pontos da freguesia, afirmando: “No entanto, há um esforço em realizar iniciativas de contacto de proximidade. Também é um facto que a pandemia e o consequente incremento de plataformas digitais para a comunicação em geral, criou novos hábitos de acesso à informação. Por esta razão, foi com naturalidade que essa realidade foi transposta para as campanhas eleitorais”.

De acordo com a candidatura do PS, houve, igualmente como o PSD, um balanço entre o digital e o presencial. “Tivemos de reunir esforços para nos adaptar e garantir a proximidade com as pessoas, sendo esta uma das nossas prioridades; queremos ouvir o maior número de cidadãos possível, conhecer as suas necessidades, descobrir o que estes esperam para o futuro da Freguesia de Amor, e a presença digital acaba por facilitar este processo. Tendo em conta que estamos a assumir um compromisso, temos de nos mostrar presentes e próximos, seja de forma presencial ou por via digital”, concluem.

A ação de rua foi e é um meio de divulgar as nossas propostas e de auscultar a população nas suas atividades quotidianas, o que lhe faz falta e é necessário, sendo por isso impossível de substituir“, começa por referir a CDU em semelhança aos partidos acima referidos. “Tentamos colmatar a impossibilidade desta dinâmica reunindo com associações das mais diversas áreas da sociedade civil e recorrendo ao digital, onde mantemos a página do Facebook e estendemos presença ao Twitter, Sapo Blogs e Instagram”.

A adaptação aos meios digitais leva ao surgimento de benefícios e desvantagens. Os três partidos afirmam que com as redes sociais, o cidadão tem a possibilidade de se conectar, a qualquer momento, com as suas propostas. Como mencionado pela CDU, “Confortável, sem pressa nem distração, (o cidadão) tem possibilidade de analisar o nosso programa, as propostas e pode permitir-se detalhar perguntas e sugestões”. O PSD adiciona, “Os maiores benefícios têm a ver com a redução de três fatores: temporal, espacial e económico”. Para além da disponibilidade total de consulta de que as redes sociais dispõem, o PS menciona a proximidade com os jovens, “A presença digital, nomeadamente nas redes sociais, permite-nos comunicar para um público mais jovem, um público que representa o futuro de Amor”. Para a CDU, o aumento da presença nas redes é uma mais-valia para a aproximação à mocidade, “Foi esse um dos objetivos do alargamento da nossa presença nas redes. No entanto, porque é recente, não temos ainda dados que nos permitam tal avaliação”. Já o PSD, discorda na medida em que as redes sociais são um meio eficaz na aproximação aos grupos populacionais mais jovens, “A nossa experiência diz-nos que o público das ações de campanha nas redes sociais não são os jovens. Isso acontece sobretudo por duas razões: as redes sociais escolhidas para as campanhas e o formato ou, se quisermos, o tom da campanha. Por outro lado, e este é um fator muito importante, há algum desinteresse generalizado da juventude pelas questões políticas. Estatisticamente, o público alvo das campanhas situa-se nas faixas etárias dos 35–44 anos (38%) e dos 45–54 anos (32%). A faixa etária dos 18–24 anos corresponde a apenas 2,4%”. Já as desvantagens advêm das consequências da pandemia. Deu-se um aumento exponencial na atividade online e consequentemente uma diminuição do contacto pessoal. “Sendo a parte afetiva e relacional muito importante para a transmissão de uma mensagem, esta perde algum do seu impacto e muitos dos seus destinatários quando tem formatos presenciais muito limitativos”, afirma o PSD. Por vezes, com a falta de recursos tecnológicos pela fatia mais sénior da população, algumas mensagens ficam por partilhar. A CDU assume que a maior entrave é a infoexclusão, “Parte da população não tem formação ou não tem apetência por comunicar nas redes e, entre os que têm, nem todos dispõem de equipamentos que o permitam”. O PS afirma a sua solução, “Para garantir que a nossa mensagem chega a toda a população, faremos também o envio de informação sobre a nossa candidatura diretamente para a caixa dos correios dos fregueses, da forma tradicional, através da distribuição de um jornal de campanha, com o envio de uma carta e também com um desdobrável com as fotos e informação sobre a nossa equipa candidata à Junta de Freguesia de Amor. Não obstante, respeitando todas as recomendações da Direção-Geral da Saúde, estes envios serão complementados com iniciativas de porta-a-porta, que será feito em duplas, respeitando o distanciamento de segurança e o uso de máscara, para a entrega de material nas caixas de correio e a entrega de alguns brindes”.

Segundo o PSD, as faixas etárias mais idosas têm vindo a adaptar-se aos tempos modernos, tendo uma maior facilidade em aceder aos meios digitais, “Muitos idosos aprenderam facilmente a trabalhar com dispositivos móveis e esse desafio acabou por ter algumas características de “gamificação”, por ter também um carácter lúdico. Dadas as circunstâncias atuais e as características físicas dos mais velhos, para eles acaba por ser mais fácil aceder aos meios digitais do que terem de se deslocar a locais onde se desenvolvem ações de campanha. Naturalmente, terá de haver um apoio de familiares para qualquer uma destas soluções”, concluem.

Após meses de campanha “online” cruzada com diversas visitas a vários cantos da freguesia, prevê-se o início da campanha presencial a partir dos próximos dias. Até lá, é aguardar até dia 26 de setembro para saber qual delas funcionou melhor.

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