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Amor+Jovem: Débora Grácio Santos

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Débora Grácio Santos, 16 anos, Casal dos Claros

Quando começaste a tocar violino?

Comecei em 2007, no segundo ano de escolaridade, quando tinha 7 anos.

Porquê o violino?

Eu não me lembrava desta decisão mas há uns tempos a minha mãe relembrou-me. Eu tinha entrado para o Hip-Hop no Operário, na Marinha Grande, e enquanto estava na sala de espera eu costumava ouvir aulas de violino e gostava do que ouvia, então depois quando as aulas de Hip-Hop terminaram, a minha mãe perguntou-me se eu não queria continuar no Operário, porque o ambiente era muito bom, e eu disse que sim e escolhi ter aulas de violino, também porque o considerava um instrumento “fofinho”.

Tens aulas quantas vezes por semana? É fácil conciliar com a escola?

Tenho aulas uma vez por semana à sexta-feira. Não, é terrível conciliar com a escola. O meu professor diz para tocar pelo menos uma vez por dia, nem que sejam 5 minutos, mas, especialmente em época de testes e conciliar com o curso de Ciências e Tecnologias não é propriamente fácil. Muitas vezes temos que deixar de fazer umas coisas para realizar outras. Uma pessoa acaba por se ir deitar mais tarde, mas no fim vale a pena o esforço.

Quantas apresentações fizeste e qual a mais marcante?

Desde 2007 que tenho sempre uma audição na altura da Páscoa, do Natal e no final do ano. Em termos de audições provavelmente já fiz mais de 15. Em relação a apresentações, eu costumava fazer parte de um grupo de dois violinistas (incluindo eu) e um pianista. Fizemos vários espetáculos na Marinha Grande, como uma convenção de música de intervenção dedicada ao 25 de abril, na Feira do Livro do Colégio D. de Melo, tocamos com um coro e também numa igreja. Tive uma apresentação e uma audição que me marcaram muito. Uma delas já referi, sendo esta a da Feira do Livro, porque eu e o meu grupo tocamos músicas compostas por nós e correu super bem, também porque a música soou perfeitamente. A outra foi a audição de Natal do ano passado, porque estive 2 anos sem tocar sozinha e era logo uma música de 3 páginas que ia tocar, sem qualquer acompanhamento de pianista, ou seja estava muito nervosa, mas correu muito bem e considero uma das melhores músicas que toquei.

Presumo que já tocaste muitas partituras, qual gostaste mais de tocar e porquê?

Em termos de significado a música que mais gostei de tocar foi a “Concert in A minor” de Vivaldi, porque foi uma música que tinha começado com a minha primeira professora, mas depois desisti de a tocar por ser muito complicada, até que no ano passado ganhei coragem e consegui tocá-la. Fez-me recordar as aulas que tinha com ela e por isso marcou-me, sinto que se encerrou um capítulo e a partir daí comecei a conseguir tocar novas músicas. A que achei mais gira de tocar foi a “5th Air Varié” de Charles Dancla, porque gostei da complexidade e da “vibe” da música e, fez-me perceber que tinha capacidade para tocar algo mais difícil.

Inspiras-te em algum violinista?

Sim, no Itzhak Pearlman. É um violinista muito idoso, que é quem toca o tema do filme “A Lista de Schindler” e face à música e à carga emocional do filme foi incapaz de deixar de tocar. É muito inspirador, pois ele tem uma deficiência motora, mas continua a tocar e é espetacular, porque vê-se que gosta daquilo que faz.

Pretendes fazer deste “Hobby” uma profissão?

Com sorte sim, porque a música para além de se ter muito talento é precisa muita sorte.

O que é que o violino mudou em ti?

A paciência, porque para que uma música soe bem requer-se muita repetição. Tornei-me mais determinada, porque ao perceber que gostava tanto de tocar tinha que me empenhar e ter coragem para que aos poucos vá tocando cada vez algo mais difícil. Fez-me perceber que eu, sendo uma pessoa fria, ainda posso gostar de alguma coisa. É a única coisa que me faz relaxar, é como um escapatório.

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