Na maioria dos casos, os templos católicos espalhados pelo país, descansam, isolados e sozinhos, durante a maior parte do ano, tendo alguns a sorte de serem visitados em festas ou romarias uma vez por ano, festas (re)criadas várias anos (décadas, séculos) após a sua construção.
Depois existem outros, onde as festas já existiam antes do próprio edifício, onde foram as festas uma das fontes de rendimento para aquele edifício nascer e crescer. É o caso das festas em honra de Nossa Senhora de Fátima e a capela do Casal dos Claros e Coucinheira.
A distância à Igreja Matriz, para uma população que se encontrava envelhecida, pela sangria que tinha sido a emigração do final dos anos 60, cujos rendimentos de poucos chegava para comprar um transporte privado, e o estado das vias de acesso, muitas vezes precários e difíceis de transpor durante o Inverno, davam aso aos desejos da população do Casal dos Claros e da Coucinheira (não esquecendo os lugares da Francelheira e a Gramilheira que à época se encontravam a ser incorporados nos anteriores) de construir um templo próprio.
Durante os anos 70, e após décadas de tentativas por parte da população, deram-se os primeiros passos para a construção do templo com a formação da primeira Comissão.
Com a necessidade de se obterem fundos, primeiro para a compra de um terreno (por 700 mil escudos) e depois pelas obras de construção (tendo a primeira pedra sido colocada numa cerimónia religiosa a 18 de Janeiro de 1981), a comissão começou a organizar peditórios, vendas de produtos oferecidos e cortejos. Com a ajuda da população, que ora oferecia o que podia, ora doava o seu tempo e esforço para a construção da capela, a obra ia lentamente avançando. Será inaugurada finalmente a 24 de Abril de 1988, 7 anos depois, custando um total de 45 mil contos (200 mil euros).
Será com o objectivo de recolher dinheiro para a ajuda da Capela, que surgem em 1984 as primeiras festas no futuro arraial da capela em honra de Nossa Senhora da Fátima, tradição que se mantêm 32 anos depois.
Texto produzido com base em informações prestadas por Joaquim Esperança Pereira e Joaquim Rosa Jorge