Filipa Lobo Gaspar, 16 anos, Casal dos Claros, Voluntária na Amnistia Internacional
Quando começaste?
Comecei a 12 de março deste ano.
Porquê?
Tudo começou quando divulgaram à minha turma a abertura de um grupo escolar baseado na defesa dos direitos humanos. Uma vez que é um tema que me desperta muita atenção fiquei bastante interessada, e só depois descobri que era um grupo escolar da Amnistia Internacional. Passado duas semanas o grupo de Leiria da Amnistia Internacional foi à minha escola dar uma palestra, e fiquei a perceber quais os assuntos que a Amnistia Internacional se dedicava. Fiquei com vontade de fazer parte, não só do grupo da Amnistia da minha escola, como também do grupo de Leiria.
Mais tarde, assisti a outra palestra da Amnistia, sendo esta centrada no tema “O meu corpo, os meus direitos”, uma campanha focada nos direitos sexuais e reprodutivos. Nesse mesmo dia, ganhei coragem e decidi inscrever-me no grupo de Leiria. Estou a adorar fazer parte dele!
Quanto tempo dedicas a esta causa? É fácil conjugar com a escola?
O grupo está mais ativo quando existem campanhas, mas temos reuniões uma vez por mês ou de dois em dois meses, por isso é bastante fácil conjugar com a escola.
Descreve as vossas campanhas.
As nossas campanhas são maioritariamente de sensibilização, e têm na maior parte das vezes como principal objetivo a sensibilização das pessoas para determinado assunto, assim como a recolha de assinaturas em petições (sendo estas feitas em festivais, eventos, etc), que depois são enviadas para a autoridade responsável, variando de acordo com o assunto tratado nas petições.
Que campanha de sensibilização te tocou mais?
A primeira campanha que fiz foi sem dúvida a mais marcante, não só por ser a primeira mas também pela causa que retratava. Foi dedicada a uma ação sobre a Irlanda no âmbito da campanha “O meu corpo, os meus direitos”. Esta ação abordava o facto da Irlanda ter uma das leis mais restritivas do mundo em relação ao aborto. Por ano, cerca de 4000 mulheres e jovens raparigas são forçadas a abandonar a Irlanda para conseguirem o acesso de serviços de aborto noutros países, sendo “obrigadas” a viajar para fora do seu país de origem para se submeterem a um aborto com acompanhamento médico, com considerável custo mental, físico e também monetário. Muitas delas não apresentam sequer capacidades para se deslocarem para outros países, arriscando-se assim a sanções penais se praticarem um aborto ilegal no seu país.
Que causa gostarias que existissem mudanças significativas em breve?
É díficil identificar alguma , pois em todas está algo importante em jogo. Atualmente as que mais me tocam são a que acabei de referir sobre a Irlanda e as causas sobre os refugiados.
O que é que fazer voluntariado na Amnistia Internacional mudou em ti?
Sem dúvida que mudei a forma de como encarar o mundo. Senti que passei a ser alguém que tem cada vez mais vontade de ajudar os outros. Não importa a cor, a religião o país onde vivemos somos todos seres humanos, a ajuda mútua é preciosa.