Início Amor Por Aí #AmorPorAí – Mauro Crespo Vieira da Silva

#AmorPorAí – Mauro Crespo Vieira da Silva

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23 Anos, Casalito, a viver em Leicester (Inglaterra) desde Outubro de 2015

Quando tomaste a decisão de viajar?
Aproximadamente um mês antes de acabar o meu curso de enfermagem. Até aí a ideia de emigrar nunca me apelou muito.
Porquê?
Uma empresa inglesa de recrutamento foi à minha escola de enfermagem, apresentou as condições que os hospitais ingleses ofereciam para trabalharmos lá.
Com as dificuldades em arranjar emprego em Portugal e as condições horrendas de trabalho oferecidas nos empregos efetivamente disponíveis, nem pensei duas vezes depois da apresentação deles.
Quanto tempo tencionas permanecer aí?
Neste momento pretendo permanecer em Inglaterra por tempo indefinido, não tenho planos para voltar definitivamente a Portugal antes de me reformar.
Como foi o início desta viagem?
Apesar de alguma ansiedade, tudo correu bem, fui muito bem acolhido no meu novo emprego e pela comunidade inglesa que rodeia a zona onde vivo. Viajei com alguns amigos de longa data, o que inicialmente facilitou bastante a integração.
Maiores diferenças em relação a Portugal?
A cultura inglesa é bastante diferente, eles são extremamente escrupulosos e rigorosos, não são tolerados atrasos ou erros da parte de ninguém. Em termos de gastronomia é muito difícil e até hoje não me habituei aos costumes estranhos deles. Eles conduzem do “lado errado” da estrada, o que também não facilita a integração. Em termos de sociedade eles são extremamente diferentes, os filhos maioritariamente saem de casa dos pais aos dezoito anos, mas se não saírem, pagam uma espécie de renda aos pais. Aqui os jovens primeiro arranjam emprego e depois é que vão para a universidade, exatamente porque se espera que aos dezoito anos já sejam independentes. Também se casam e têm filhos muito cedo, aqui aos 19-20 anos é perfeitamente natural ter um filho.
O que aconselhas a visitar ou fazer em termos culturais?
Visitar Londres claro…. Aquela cidade é um país em si mesma. Visitar Edinburgo e Cambridge também é particularmente interessante e bonito. Em termos culturais eu acho fascinante a forma como eles vivem o futebol.
Os Ingleses são…
Muito diferentes dos portugueses… a ideia deles de diversão é estarem bêbados às 6 da tarde e depois irem para as discotecas. O dia aqui acaba muito cedo e todos eles vão para casa por volta das 6-8 horas, pelo que todos os estabelecimentos fecham a essa hora. No entanto no emprego eles são muito responsáveis, se bem que podiam ser mais trabalhadores na minha opinião mas isso é em todo lado. Em termos de afetos, eles são mais frios que os portugueses quando são desconhecidos, no entanto quando se começam a conhecer, são pessoas carinhosas que se preocupam com aqueles que lhes são próximos.
O pior e o melhor desta experiência?
O pior foi deixar para trás os meus pais… eu sempre fui muito próximo deles. Quando falo com a minha mãe, vejo que apesar de ela estar orgulhosa da forma como eu orientei a minha vida, parte-lhe o coração que eu tivesse de o fazer tao longe dela.
O melhor foi descobrir um país e todo um novo estilo de vida que o meu recente ordenado me permite ter. Conhecer um conjunto de diferentes culturas e locais… vir para aqui ajudou-me a abrir os meus horizontes e permite-me viajar pelo mundo.
Uma palavra que aprendeste?
“Longing”- Afinal também existe uma palavra para saudade na língua inglesa…. Algo que em Portugal sempre me disseram que não existia.
O que é que mudou em ti?
Sou uma pessoa mais multicultural e tolerante, que cada vez mais se vê a viver longe dos pais, não por escolha, mas por falta de oportunidades interessantes para alguém com os meus objetivos de vida. Cresci muito desde que cheguei a Inglaterra, muitas tristezas e felicidades no espaço de um ano, mas acho que no final desta viagem, tudo me ajudou a ficar mais forte para futuro.

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