A tradicional e vibrante cena dos ranchos folclóricos em Portugal enfrenta um desafio sério: a escassez de acordeonistas. Esta preocupante tendência afeta comunidades locais e grupos folclóricos em todo o país, levando a suspensões de atividades e dificultando a continuidade de tradições culturais que remontam há décadas.
Um projeto iniciado em 2019 no concelho de Coimbra, evidenciava a urgente necessidade de preencher a lacuna de acordeonistas para ranchos e grupos de cantares locais. Vários responsáveis pela cultura na região Centro reafirmam o problema, reforçado pelo esforço financeiro que os ranchos precisam de fazer para contratar um acordeonista que os acompanhe nas suas atuações. Para muitos, tal “rotina” torna inviável a existência destes grupos.
Esta lacuna coloca impacta cada vez mais as atividades recreativas e culturais de inúmeras coletividades, chegando, no extremo, a ditar a suspensão da atividade de alguns ranchos, para além do cancelamento de eventos como bailes devido à falta de verbas para manter essas atividades. Curiosamente, eram muitas vezes estas atividades “extra” que ajudavam a manter a situação financeira dos ranchos folclóricos no positivo.
A situação é refletida em todo o país, sendo fácil encontrar noticias sobre o mesmo problema de Coimbra ao Algarve, passando por Santarém ou Castelo Branco
Diante deste cenário, comunidades, vereadores e dirigentes de coletividades locais instam as autoridades a promoverem iniciativas para incentivar a aprendizagem do acordeão, garantindo assim a continuidade de tradições culturais e preservando o património musical único que os ranchos folclóricos representam em Portugal. Com isso em vista, a Escola de Música de Amor – Pianocenter vai arrancar em breve com um curso de acordeão e concertina, especialmente desenhado para ranchos folclóricos e grupos populares, mas aberto à comunidade em geral.