18 de Dezembro de 2015 – Sexta-feira, 21:00, a maioria dos amorenses acabam de jantar e preparam-se para assistir a mais um episódio da novela. Meras 38 pessoas escolhem aproveitar a oportunidade quase única de saborear um concerto de música completamente gratuito na Igreja Matriz. E ainda dizem que a cultura é cara!
A iniciativa “Concertos nas freguesias” regressou a Amor no dia 19 de Dezembro, num concerto de 60 minutos protagonizado por elementos do Orfão de Leiria. Principiou por uma peça ao violino tocada por André Moreira, 11 anos, que fazia a sua estreia a tocar numa igreja. Seguido para um filho da terra, Pedro Rodrigues (Amor), 13 anos, fazia também a sua estreia no recinto religioso, dedilhando com sucesso uma peça na guitarra clássica. O sentimento de sucesso transparecia no final da actuação desejanto até “que este se devia repetir mais vezes para permitir um maior contacto com a música clássica aos habitantes da freguesia”. Embora compreensivo com a pouca afluência, partilhava com o restante público o desejo que estes eventos fossem mais comuns.
Seguiram-se momentos de beleza dificeis de descrever. Numa sucessão de peças de música erudita, ora apenas ao orgão mestriamente tocado pela Professora Rute Martins (docente no Orfeão de Leiria e na Escola de Artes SAMP), ora acompanhada pela cantora lírica Inês Ribeiro, a sonoridade preenchia o ar da igreja e elevava-a, sensibilizando todos os que ouviam.
A cantora, 17 anos, aluna em Leiria, é dotada de uma daquelas raras vozes que tornam quem a ouve religioso numa fé dificil de definir. A contenção do poderoso aparelho vocal, soltou-se na ária, arrepiando, e levando metade dos espectadores a usar os seus telemóveis para preservar este momento no tempo. Estando já habituada a cantar em igrejas, não poupou os elogios à acústica da Igreja Matriz, classificando-a como das esplêndida.
“Um concerto de boa música, com bons músicos, que promove a cultura, que promove a localidade e melhora a vida dos seus habitantes,” terminava a cantora, sumariando-o o sentimento que todos os espectadores levavam ao regressar a casa.