Durante o mês de Novembro surgem dois movimentos masculinos que visam sensibilizar e apoiar o combate das doenças cancerígenas masculinas.
À semelhança do “Outubro Rosa” (movimento feminino cujo objectivo é sensibilizar para os cancros femininos), também para o sexo masculino surgiu um mês dedicado à sensibilização para as doenças masculinas. Novembro é amplamente aclamado como o mês mais masculino do calendário e com ele surgem dois movimentos para celebrar a virilidade masculina: “Movember” (Austrália, 2003) e o “No Shave November” (EUA, 2009).
Ao longo de trinta dias, no caso do movimento “Movember”, propõe-se apenas o crescimento do bigode como forma de maior destaque e é um movimento que desafia as pessoas a combater o sedentarismo, fazendo mais desporto. Já no caso do movimento “No Shave November” é proposto ao homem deixar crescer a barba e o cabelo por completo. No entanto, ambos pretendem ser um pretexto para meter conversa e falar da saúde do homem, sem tabus, sempre que alguém manifestar curiosidade.
Apesar destes dois movimentos sugerirem à comunidade masculina duas formas diferentes de se exporem, ambas pretendem alertar para as doenças cancerígenas do sexo masculino, uma vez que, uma das características mais marcantes de alguém que enfrenta o cancro é a perda geral de cabelo.
Ao evitar a ida ao barbeiro ou a compra de produtos para esta rotina masculina, estes dois movimentos propõem que se doe o dinheiro poupado ao longo destes trinta dias a instituições de caridade, que trabalhem na reabilitação de pessoas com os mais variados tipos de cancros masculinos.
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(Foto: Sílvia Góis)
Com o aparecimento das redes sociais, estes movimentos conseguiram ganhar uma maior adesão e são muitos os casos em que são colocadas fotos para mostrar como acabou o mês de cada um, como forma de mostrar apoio à causa.
Na nossa freguesia, fomos ao encontro de dez jovens, que se juntaram à causa e que tiveram conhecimento através da rede social “Facebook”, à excepção de Renato Silva, que aderiu a estes movimentos por influência dos amigos. Há quem adira à causa, exclusivamente no mês de Novembro, mas também há quem se deixe levar pelo simples facto de ter um mês extra sem a necessidade de ir ao barbeiro, como é o caso de Flávio Inácio, que já se encontrava a deixar crescer a barba quando, por coincidência, ouviu falar dos movimentos.
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(Fonte: Facebook)
No final da conversa, com os nossos jovens, apercebemo-nos que a importância atribuída à realização de rastreios relacionados com as doenças masculinas é divergente. Apenas uma minoria considera essa prática importante dentro das suas idades (20 a 30 anos), considerando que esse tipo de exames estão direccionados para homens acima dos 40 anos ou que sejam direccionados pelo seu médico.