O Instituto Ricardo Jorge, em conjunto com outros
laboratórios de investigação científica nacionais, tem vindo a sequenciar o
material genético do novo coronavírus. No Covid-19 foram detetadas cerca de 2
mutações por genoma por mês, criando versões com pequenas diferenças ao longo
do tempo. Ao se comparar as amostras recolhidas em pacientes portugueses em
todo o território nacional, é possível recriar as correntes de transmissão e
ajudando a compreender a sua propagação.
Embora seja um estudo em constante atualização, os primeiros resultados indicam
que a origem da maioria dos casos detetados no nosso país tiveram origem em
Itália, existindo no entanto casos que parecem ter sido importados diretamente
da China. Ao mesmo tempo, alguns resultados pareceram surpreender tanto os
investigadores como até os próprios doentes, que nem sempre saberiam informar
onde poderiam ter contraído o vírus. Foi assim que foram identificadas em Vila
Real a fonte que infetou as primeiras pessoas em Évora, ou em Lisboa a fonte dos
casos em Santarém.
Por outro lado, existe a possibilidade de existirem pessoas em Portugal que
tenham importado o Covid-19 mais cedo do que se esperava para o nosso país, mas
cuja falta de sintomas não os obrigou a deslocarem-se a instalações médicas
para serem identificadas. Estes dados poderão ser confirmados se forem
realizados testes de imunidade a nível nacional, permitindo finalmente perceber
o número total de infetados portugueses.
Diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal: https://insaflu.insa.pt/covid19/