Foi com o lema “Somos CDM! Não queremos ser outra coisa qualquer!” que no passado dia 6 de Maio, tal como ocorreu noutros colégios de todo o país, a comunidade educativa do Colégio Dinis de Melo (CDM) aderiu ao “Abraço à escola”, iniciativa do movimento “Defesa da escola. Ponto”.
O edifício foi simbolicamente abraçado por professores, alunos, funcionários e pais. De veste predominantemente amarela e exibindo faixas, manifestaram o seu desagrado à legislação recentemente publicada pelo Ministério da Educação, que vem restringir as matrículas dos alunos em início de ciclo, às áreas de influência geográfica no ensino particular e cooperativo com contrato de associação.
A 24 de Maio, após o anúncio por parte do Governo que não vai abrir turmas de início de ciclo em 39 colégios, o que representa uma redução de 57% no financiamento a novas turmas e, numa nova acção de protesto, designada por “Balões amarelos no CDM”, voltaram a manifestar-se desta feita adornando o edifício com balões amarelos onde se podia ler mensagens dos alunos. Além dos colaboradores do nosso jornal, o canal televisivo RTP também esteve presente no CDM a reportar a ocorrência.
Ao que tudo indica para já, o CDM será afectado com a abertura de menos uma turma do 5º ano.
Nesta luta, estão de um lado os que alegam que o dinheiro dos contribuintes está a ser canalizado indevidamente para os colégios de contrato de associação, que estes só deveriam existir para colmatar a carência de oferta pública, pois havendo escolas estatais praticamente vazias e com professores com horário reduzido, não se justifica que os colégios sejam financiados pelo Governo, duplicando assim os gastos com o ensino.
Do outro lado, estão os que defendem os colégios com contrato de associação, que foram estabelecidos na década de 80 entre o Governo e os colégios, para corrigir a escassez da altura das escolas públicas com o objectivo de os colégios receberem esses alunos de forma gratuita. Em 2013, segundo a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, foi eliminada a obrigatoriedade destes acordos existirem somente em zonas sem oferta pública, tendo assinado um contrato com o anterior governo até 2018.
As vagas de protesto prosseguiram com a Manifestação Nacional no dia 28 na Assembleia da República e com a a onda “Quarta-feira, dia amarelo”