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Como viver (e conviver) com a Esclerose Múltipla

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Talvez este artigo fosse mais interessante se fosse contado na primeira pessoa, mas não é a mim que esta doença afecta: o meu pai tem Esclerose Múltipla.

Apesar de diagnosticada à relativamente pouco tempo, os sintomas já lá estavam há anos.

Este é um dos maiores problemas em diagnosticar a doença. Como associar fadiga, perda de força ou visão turva com uma doença degenerativa? Afinal, não são estes problemas que toda a gente tem a dada altura da sua vida? Se calhar só precisava de um par de óculos e férias!

Ter a “sorte” de encontrar bons profissionais de saúde é fundamental. Mas estar informado e ser persistente ainda o é mais.

Não vejo esta doença como um tabu. Para mim é como qualquer outra condição comum com que nos cruzamos todos os dias. A diferença é saber que ao contrário de uma constipação, esta não desaparecerá com um xarope caseiro. Estará lá sempre, e teremos lembretes constantes, quer sejam as mudanças de humor súbitas, quer sejam os surtos.

A Esclerose Múltipla tem várias formas – umas mais incapacitantes que outras – e o mais inquietante é talvez a incerteza do futuro, porque se agora está tudo estabilizado, amanhã poderá não estar.

E se os surtos se tornaram frequentes? E se a perda ocasional de força se tornar permanente? E se também eu vier a desenvolver a doença?

E se também TU, vieres a desenvolver a doença?

Texto por Melissa Silva

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